23 dezembro 2008

Sismos em Moçambique – Uma Realidade Assustadora!


Fiquei perplexo ao tomar conhecimento da ocorrência de “mais um sismo”, de proporções “quasi-nacionais”, na madrugada do passado dia 27 de Novembro de 2008. Ao lembrar-me que tivemos há menos de três anos, uma ocorrência similar mas mais devastadora que esta e, atendendo que Moçambique se localiza “supostamente” numa zona sismicamente “não-activa”, a primeira coisa que me ocorreu foi que estávamos em presença de eventos que precisam de ser tomados muito a sério!

Elaborei então este artigo de reflexão para discutirmos alguns aspectos desta realidade assustadora! Porém, optei por não publicá-lo imediatamente, exactamente para “medir” a atenção e reacção não só das autoridades competentes, mas também da sociedade civil em geral, no que concerne a esta temática! Como nestes casos, as “expectativas” dificilmente costumam ser defraudadas, eis que volvido aproximadamente um mês, o sismo foi isso mesmo: teve uma magnitude de 3,9 graus na escala de Richter, que, segundo fonte do Ministério dos Recursos Minerais, teve epicentro “pretensamente” no distrito do Lago, província do Niassa (citando o “Noticias”). No mesmo dia, o abalo, desta feita com magnitude de cinco graus, fez-se sentir no distrito de Machaze, na província de Manica, causando a destruição parcial de uma escola primária localizada na região de Macundane, posto administrativo de Chitobe. Atingiu também com alguma intensidade a região de Mabote, no norte de Inhambane. Não se registaram vítimas humanas.

“Prontos”, e dito isto, assunto completamente encerrado! A vida continua na sua normalidade e: “Até ao próximo sismo....!" Voltaremos a falar do número de mortos, casas destruidas e, talvez, “mais houvera, lá chegara”, como gosta de dizer o nosso “automobilista-mor”!

Quando a 23 de Fevereiro de 2006, um forte sismo com magnitude 7,5 na escala de Richter, com epicentro em Chipungabera, quase mil quilômetros ao norte de Maputo, atingiu toda a região centro e sul do país, causando cinco mortos e 36 feridos, derrubando 288 casas, afectando 1,4 mil pessoas e deixando a cidade capital “em parampas”, eu estava a completar quase um mês consecutivo em trabalho na outra capital, a do norte, Nampula!
Como estava com “deadlines” apertadas para terminar um projecto, normalmente regressava a casa praticamente à madrugada, tirando as “noitadas” habituais dos fins de semana! Mas naquela noite do “sismo”, notei um fenómeno bastante esquisito e invulgar: para quem conhece aquela cidade, na Av. Eduardo Mondlane, a que atravessa a Catedral e o palácio do Governador, havia uma “bicha” de cães, espaçados entre 15 a 20 metros, deitados e em tom bastante descansado! Nunca tinha visto um cão de rua naquela urbe e perguntei-me donde teriam vindo tantos e porquê estariam na via pública, naquele zona “nobre” e tão relaxados??
Chegado a casa e como sempre fazia, liguei a “DSTv” e curiosamente o canal que estava sintonizado era a BBC se não estou enganado. No rodapé vi os últimos excertos de uma notícia se refendindo a “earthquake” e a imagem que mostrava no écran era a do mapa de Moçambique, com um círculo vibrante, mais ou menos na zona de Sofala. Como não é possível fazer o “rewind”, dormi pensando que talvez se tratasse de um “estudo” qualquer sobre a “matéria” que estivesse para se realizar no país.

Meu espanto foi observar no “Café da manhã” seguinte, todo o reboliço vivido em Maputo por causa do sismo! Nesse momento então percebi o “episódio dos cães” na madrugada anterior! É que estes animais têm a capacidade “ultra-sonora”, o que os permite detectar sons e vibrações que passam despercebidas ao “faro” humano! A implicação directa é que, embora não reportado, a cidade de Nampula também foi afectada pelo terramoto de 2006, mas em magnitude não perceptível por nós humanos, problema exacerbado ainda pela deficiência de estações de detecção deste tipo de fenómenos no país. Sem muita sombra de dúvida, aqueles “dogs” estavam ali porque o meio da rua era um “abrigo seguro” perante aqueles ruídos que escutavam e vibrações de tudo à sua volta, que só eles viam/sentiam! Hoje, nações potencialmente “sísmicas” como o Japão estão a desenvolver estudos para aproveitar essa “potencialidade canina” em sistemas de detecção e alerta em casos de iminência de sismos!

A informação que tem sido regularmente “vendida” é que Moçambique não é um país com actividade sísmica que deva inspirar motivo de preocupação e, infelizmente, a nossa prática corrente de Engenharia Civil segue cegamente esse pressuposto! Infraestruturas públicas e privadas de elevado valor continuam a ser concebidas e construidas sem a mínima consideração deste tipo de “solicitações acidentais” (sísmicas). Aliás, e para o cúmulo da situação, essas matérias nem sequer são ensinadas nas nossas universidades (pelo menos não o eram enquanto estava lá).

Três anos depois da ocorrência recente que inclusive ceifou vidas humanas, continuamos a “pretensamente” localizar os epicentros dos sismos porque, apesar de dispormos alguns centros sismográficos, reabilitados e apetrechados, os mesmos não funcionam por falta de capacidade técnica para se prestar a necessária assistência técnica ou seja, a leitura e interpretação dos equipamentos continua a ser feita às “apalpadelas”. Se há pouco vimos uma barragem recentemente reabilitada e que custou os “olhos da cara” ao erário público (portanto a nós pagadores de impostos), ser completamente destruída por causa do que não deve estar longe de “negligência cristalina”, hoje vemos uma clonagem perfeita desse marasmo e “modus-operandi”, que se encontra calcinado em larga maioria das nossas instituições públicas.

Na altura do sismo de 2006, cujos movimentos telúricos puderam ser sentidos também em partes distantes como Johanesburgo, Pretória e Durban, na África do Sul; e Harare, no Zimbábwe, foi referido que se tratava de um “efeito secundário” do maremoto (tsunami) previamente ocorrido no oceano Índico e que causara enorme morte e destruição lá para as bandas da Tailândia! O que ninguém se deu ao tempo de explicar é “o porquê” de nós (coitadinhos da silva) termos sido “os escolhidos” para sentir esses efeitos. Muita gente não sabe ainda que o território moçambicano é propenso aos sismos já que se encontra no chamado Vale do Rift, uma falha que se estende por mais de 6 mil quilômetros desde o norte da Síria, atravessa o chamado "Corno de África", segue a linha dos "Grandes lagos" e termina no Canal de Moçambique, que separa o nosso país da ilha de Madagáscar. Citando o Diretor do Departamento Nacional de Geologia, Elias Daudi, as províncias de Manica e Sofala são as que correm mais risco de serem sacudidas por grandes terremotos. Entre 1950 e 1957 se registraram naquela zona dez sismos, todos de grau 6 na escala aberta de Ritcher, seguindo-se um "intervalo dormente" de quase 30 anos na frequência destes terremotos, que foram retomados em 1985, mas com menor magnitude.

O que os meus “fellows citizens” precisam de saber é que sismos são fenómenos cíclicos e as regiões das “falhas tectónicas” são os seus campos preferidos de acção. Sem sombra de dúvidas que iremos ter mais sismos a curto prazo e provavelmente, com magnitudes muito mais elevadas! Nesse cenario que se perspectiva negro, tenham a certeza que é extremamente desolador dar conta da maneira como se tem tratado destes assuntos que não exigem outras coisas senão rigor, seriedade e competência!

Tal como referi anteriormente em relação a prevenção e combate a incêndios, é altura do Ministério das Obras Públicas, a Ordem dos Engenheiros e organismos afins, tomarem a peito esta questão e introduzir regulamentos e códigos apropriados para o dimensionamento e concepção de infraestruturas à altura de resistirem a este tipo de “solicitações” e a esta “nova” realidade. Ao Ministério dos Recursos Minerais, esta é altura de mandar à formação técnicos aos países que dominam estas questões e apetrechar todas as estações sísmicas e afins existentes e totalmente abandonadas pelo país a fora. Se quisermos atacar este problema de uma forma transversal, é fundamental ter o real “scope” da sua natureza e essas bases de dados são cruciais! Basta de termos que detectar “pretensamente” os epicentros dos sismos que ocorrem por esta Pérola! Devemos dar graças a Deus que os danos materiais e humanos ainda sejam reduzidos (uma das razões que julgo estar por detrás do desleixo e total abandono que é dado a estas matérias), mas não haja dúvidas que, se este país estivesse num estágio mais avançado em termos de desenvolvimento de infraestruturas, teríamos tido nestas mesmas circunstâncias, muito mais choro, dor e destruição.

Ao povo moçambicano em geral, e aos leitores do “Desenvolver Moçambique” em particular, que tiveram um ano de desafios e dificuldades, mas que sempre se mantiveram fiéis e cometidos à maximização dos seus esforços, cientes que o “amanhã será melhor”, vai aqui um abraço caloroso e votos sinceros de um Feliz Natal e uma Passagem de Ano tranquila com amigos e familiares, sem as habituais “candongas” de produtos de primeira necessidade, a onda descontrolada de crime e companhias de telefonia móvel que insistem em não nos deixar comunicar com aqueles que prezamos, nestas horas especiais!

07 dezembro 2008

Ria ao Domingo V

Na China é Assim!

Estavam na China um português, um americano e um espanhol.
Estavam a beber na praça. Só que na China isso é proibido e eles foram apanhados em flagrante. Presos, foram levados ao Juiz para ouvirem a sua sentença.

O Juiz deu um raspanete e disse que cada um ia receber 20 chicotadas como punição. Só que estavam em transição entre o ano do cão e o do rato, e cada prisioneiro tinha direito a um pedido:
- Você americano! Seu país é racista, capitalista e eu odeio vocês, mas promessa é promessa! Qual o seu desejo, desde que seja não escapar da punição?
- Quero que amarrem 1 travesseiro nas minhas costas!
- Que assim seja! E tome as chicotadas com o travesseiro nas costas.
Lá pela décima chicotada o travesseiro cedeu e o americano ainda levou 10 chicotadas.
- É a sua vez espanhol! Seu povo é muito arrogante e trapaceiro. Odeio vocês, mas promessa é promessa!! Qual o seu desejo?
- Que amarrem 2 travesseiros nas minhas costas!
E assim foi. Lá pela décima quinta chicotada os travesseiros cederam e o espanhol apanhou 5 das 20 chicotadas. Mas ficou feliz porque passou a perna ao americano!

Foi a vez do portuga.
- Ora, ora, você é português... Povo simpático, humilde... Como eu gosto do seu povo você terá direito a 2 pedidos!!
- Bem, eu queria levar 100 chicotadas...
- Espantoso!! Ainda por cima é corajoso !! Seu pedido será realizado!! Qual é o próximo?
- Amarre o espanhol nas minhas costas!

06 dezembro 2008

A Permissidade, Porosidade e Permeabilidade das Nossas Fronteiras

Trabalhar para as Alfândegas de Moçambique é daqueles “empregos promissores”, para esta juventude ávida de “fazer a vida” numa sentada e sem esforço! A lamúria de sempre é que “o Estado paga mal”, mas alfandegário, constrói casa(s), compra os carros que querer, não tem problema em ter uma amante (daquelas caprichadas e altamente materialistas) em cada esquina! Tenho amigos e familiares a trabalhar nesse sector e estes ficam assolados por uma tristeza e depressão profundas quando, por força do processo habitual de “rotação de quadros” acabam saindo dos lucrativos “postos fronteiriços” para um escritório qualquer no centro da cidade, onde a possibilidade de esquemas é diminuta, se não mesmo impossível!

Para quem acompanha as notícias desta nação com regularidade, não raras vezes ouve falar em camiões que supostamente deveriam ter carga, transportando batalhões de imigrantes ilegais vindos da região dos “grandes lagos” para “parte incerta”, e que só por mera coincidência são interceptados algures já no interior do país! Ou da avalanche de crianças que são transportadas para a zona sul, para destinos que nunca são revelados! Ou ainda de adolescentes raptadas em plenas artérias da capital, que acabam despertando apenas em bordeis lá na terra do Rand (“caso Diana”).

Sabemos todos que Moçambique continua a ser um corredor “seguro” para o tráfico de drogas e os vários eventos ocorridos nesta última década, com “haxixe”, “mandrax”, etc a passearem a sua classe estupefaciente às toneladas pelos nossos portos, são certamente elucidativos.

Em casos isolados e excepcionais, somos brindados com notícias como a da captura de Mohamed Maqsud a 26 de Março de 2002 no Aeroporto Internacional de Mavalane, com mais de um milhão de dólares em «cash» ou dos dois paquistaneses detidos a 26 de Novembro de 2008 na fronteira de Machipanda, na província de Manica, na posse de aproximadamente 2,5 milhões de dólares norte-americanos e 25 mil libras estrelinas. Mas é bom estarmos cientes que estes eventos não passam de “gotas no fundo do oceano”, quando se trata da real dimensão do “tráfico transfronteiriço” à toda escala, existente actualmente em Mocambique.

A situação é mesmo grave, assustadora e todo o cidadão deveria estar seriamente preocupado com a porosidade e permissidade das nossas fronteiras. Estas são “indeed” portões abertos e desguarnecidos!

Um evento testemunhado por mim, há cerca de 5 anos, talvez vos dê uma imagem “cristal clear” do que realmente ocorre nas nossas fronteiras:

Numa daquelas sequências de “feriados que não acabam”, decidi viajar com a minha namorada de então à Swazilândia, com o intuito de passar o fim de semana lá, espairecer e fazer algumas compras. Porque não queríamos ter a chatice de conduzir, os problemas habituais com o tráfego, parques de estacionamento, etc, decidimos “pegar” um chapa alí na “baixa”! Chegados a Namaacha e, para nossa surpresa, o movimento na fronteira não estava agitado! Tratamos dos procedimentos alfandegários habituais e, em menos de meia hora, o pessoal todo do “mini-bus” já estava regularizado, excepto um dos passageiros! Por causa desse passageiro, ficamos mais de 2 horas a esperar, porque, conforme nos constou preliminarmente, ele tinha alguns problemas com a sua documentação. Nestas coisas de viagem, a “solidariedade” fala sempre alto e ficamos a esperar pacientemente porque, todos sabemos que estes infortúnios podem ocorrer a qualquer um.

Quando finalmente o assunto ficou “tratado”, no lado da fronteira Moçambicana, vimos a saber que afinal, o tal passageiro era um nigeriano e, imagine-se, nem sequer tinha passaporte! Tudo o que possuía era apenas um “permit” (nessa altura já expirado) para atravessar a fronteira entre a Tanzânia e Moçambique, lá para as bandas do Rovuma! Esse mesmo indivíduo, nas condições “documentais” acima descritas, acabava de ter das nossas “Autoridades Alfandegárias” o seu OK para seguir viagem!

Notamos também afinal que, o proprietário/motorista do “chapa” em que seguíamos, um swazi, talvez por ser homem viajado e de óbvios muitos contactos ali nas instâncias aduaneiras, é que estava a tratar das “diligências”! Embora menos demorada, a regularização da situação do homem levou cerca de 1 hora, no lado da fronteira Swazi! Por meio entre “alivio” e “perplexão” pelo que estamos a viver naquela viagem, finalmente podíamos continuar com a nossa jornada.

Conforme todos sabem, àlgumas colinas depois da fronteira de Namaacha, existe um “controle” guarnecido não por funcionários alfandegários corruptos, mas por “militares” (algumas vezes, muito orgulhosos da sua brutalidade). Ao imaginar o que aquele nigeriano teria passado na sua longa jornada, desde o seu país “petroleiro” até aquele marco topográfico em que nos encontrávamos, devo confessar-vos que eu e se calhar todo o “mini-bus” estava a torcer para que o homenzinho conseguisse superar mais aquele “obstáculo”! É que não tínhamos outra hipótese: o “tipo” já tinha alienado a nossa viagem, fazia muito tempo!

O motorista parou a viatura uns tantos metros ainda na subida àquele cume montanhoso, e instruiu-o a andar pelo outro lado da via, como se fosse um transeunte qualquer e habitante da região, tentando comprar alguma coisa das vendedoras que ali normalmente se encontravam e que iria recolhê-lo nas bombas de combustível situadas a seguir ao “posto de controle”. Nós avançamos, paramos no controle, mostramos os passaportes, os “brutamontes” revistaram a viatura, sempre à gritaria e com dizeres pouco perceptíveis! Nessa altura estávamos mesmo que literalmente a “rezar” para que o nosso comparsa se safasse! Não tardou, e vímo-lo ser arrastado já algemado, por dois militares. “O caldo estava entornado”! A sua mochila ficou ali na viatura na posse do motorista, e nós “bazámos” para Manzini!

Este é um relato cuidadoso do dia-a-dia nas nossas fronteiras! “Tudo” passa, sem dificuldades, desde que o seu proprietário “saiba conversar”! Aqueles que deveriam velar pela nossa segurança, são os mesmos que não se coibem de “comercializá-la a preços de saldo”.

Por causa deste episódio, da corrupção desenfreada na nossa (des)“Guarda fronteiriça” e da efectividade dos “Comandos Swazis”, pus-me aqui a pensar se, de forma similar (e acautelando-se todos os possíveis efeitos nefastos e contraproducentes), unidades especiais do nosso exército, com um código de conduta e deontológico severos, bem equipadas e apetrechadas, uma vez localizadas em pontos estratégicos e de forma independente às “Alfândegas de Moçambique”, passassem a efectuar a verificação pontual da “legalidade” da carga e passageiros em trânsito pelas nossas principais rotas fronteiriças, se não teríamos resultados concretos e palpáveis no que concerne ao combate ao contrabando?!?

O que o amigo leitor, agora que está com a sua cervejinha bem gelada (ou sumo, pois claro) para matar este calor infernal, acha sobre esta temática?!?

Um abraço a todos e votos de um excelente fim-de-semana!

03 dezembro 2008

Honestidade Jornalística, Precisa-se! O que acha o amigo "Falume Chabane" do Jornal “O Autarca”?!?

“Pensar e articular palavras é um processo que provoca fome! Experimente para ver!”

Jonathan McCharty

Conforme todos sabem, este blog é público, quer dizer, todos os que queiram, podem acedê-lo, comentar e até republicar as postagens aqui patentes, nos fóruns que acharem convenientes, de acordo com a sua livre e expontânea vontade!

Este espaço chama-se “Desenvolver Moçambique” e o seu autor, Jonathan McCharty!

Agora, quando se retira daqui (com a facilidade que os comandos “copy” e “paste” nos dão) excertos inteiros, incluindo “pontos”, “vírgulas” e até “aspas”, para um artigo dum jornal da praça, sem qualquer citação da fonte e pura e simplesmente alegando que se trata da “opinião comum”, julgo estarmos então, em presença de um ataque desinibido à honestidade jornalística! Gostaria de saber, portanto, o que o jornalista Falume Chabane realmente pensa sobre isto!

Mas hey, “Momentos de inspiração não se criam, acontecem”! Por isso não se coiba de os fazer acontecer! Aceda ao “Desenvolver Moçambique”, sempre que o desejar e o receberemos de inteiro agrado!

Um abraço fraterno e queiram todos aceitar os meus desejos de continuação de uma óptima semana laboral!

02 dezembro 2008

DESENVOLVER MOÇAMBIQUE-BLOG DO MÊS NO MOÇAMBIQUE-PORTUGAL!

O Albertino Silva, autor do blog “enciclopédico” Moçambique-Portugal, ao qual uma visita obrigatória é fortemente recomendada, grande amigo, mão hábil e influente na apresentação gráfica do “Desenvolver Moçambique” nas suas várias “investidas”, acaba de nos nomear para o “Blog do Mês”, Dezembro, mês do Natal e do Fim-do-Ano! Quanta honra, Albertino!

É com humildade que aceitamos esta nomeação, cientes que continuamos a ser uma parte minúscula deste Universo que no dia a dia, não vê mãos a medir quando se trata de debater Moçambique sob todos os aspectos, de levantar esta nação e projectá-la para os patamares do Progresso e do Desenvolvimento! É esse o nosso cometimento e esperamos seja também dos demais!

Obrigado Albertino!
Obrigado Moçambique-Portugal!
Bem hajam!


30 novembro 2008

Ria ao Domingo IV

O Cemitério!

Numa cidadezinha do interior havia um coqueiro carregado de côcos dentro do cemitério. Dois amigos decidiram entrar lá à noite (sem os guardas se perceberem) e pegar todos os côcos.

Eles pularam o muro, subiram a árvore com as sacolas penduradas no ombro e começaram a distribuir o 'prêmio'.

- Um pra mim, um pra você.
- Um pra mim, um pra você.
- Pôh, você deixou esse dois caírem do lado de fora do muro!
- Não faz mal, depois que a gente terminar aqui pega os outros.
- Então tá bom, mais um pra mim, um pra você.

Um bêbado, passando do lado de fora do cemitério, escutou esse negócio de 'um pra mim e um pra você' e saiu correndo para a esquadra. Chegando lá, virou para o policia:

- Ó policia, vem comigo! Deus e o diabo estão no cemitério dividindo as almas dos mortos!
- Ah, cala a boca seu bêbado!
- Juro que é verdade, vem comigo.

Os dois foram até o cemitério, chegaram perto do muro e começaram a escutar...
- Um para mim, um para você.

O policia assustado:
- É verdade! É o dia do apocalipse! Eles estão dividindo as almas dos mortos! O que será que vem depois?

Lá dentro, os dois amigos já estavam quase terminando...

- Um para mim, um para você. Pronto, acabamos aqui. E agora?

- Agora a gente vai lá fora e pega os dois que estão do outro lado do muro...

22 novembro 2008

How does a Sore Loser Looks Like!?!

“Assim, felicito ao candidato vencedor”!
Lourenço Bulha em conferência de imprensa (após verificar que não tinha hipóteses....)

Após ganhar praticamente todas as Autarquias a bem ou a mal, parece que o que se poderia considerar uma “vitória esmagadora”, está a ser comemorada com um sabor muito amargo na boca!!

A derrota no Município da Beira foi um estrondo que se calhar “nosotros” ainda não imaginamos as suas reais dimensões para os “perdedores”! Talvez, se olharmos para o facto de uma das equipas ter jogado sem “mister”, sem equipamento e completamente desfalcada de recursos e a outra, tinha as melhores “estrelas” da modalidade, bem apetrechada e totalmente convencida da vitória, e mesmo assim, levou uma goleada daquelas, então deve “de ser” (como diz o meu amigo Pinto da Costa) mesmo muito doloroso…….ao ponto do nome do “vencedor” ficar completamente entalado na garganta! E, para não variar, as antenas de radio e TV também emitem aquele som de “interferência” quando a palavra em questão é Daviz Simango!!

Deve “de ser” mesmo terrível levar uma tareia enorme com um “miúdo”!!

By the way, That’s how a sore loser behaves!!

21 novembro 2008

A Vitória de Daviz Simango e o seu Significado para os Políticos de Meia-Tigela!!

A rejeição de Eneas Comiche e Daviz Simango pelos seus partidos, para a recandidatura aos seus postos que, não estando a ser executados com perfeição, revelaram empenho, dedicação e vontade de fazer pouco vulgares, devo confessar, criaram um “traumatismo craniano” àqueles verdadeiros nacionalistas e patriotas que querem ver esta nação desenvolver-se e ocupar os patamares cimeiros não só no contexto Africano, mas do mundo em geral!

O “Desenvolver Moçambique” exultou de júbilo quando Daviz Simango aceitou recandidatar-se como independente, fazendo jus ao apoio massivo que lhe estava a ser conferido pelas “verdadeiras bases” do Munícipio do Chiveve! Digo “verdadeiras bases” porque se haviam dúvidas, os resultados actuais mostram que as tais “bases” que supostamente preteriram Daviz, eram totalmente fictícias!

Mostramos a cara desde essa altura e defendemos porquê Daviz deveria assumir aquela empreitada! Apoiamos incondicionalmente a sua candidatura e mostramos porquê ela era importante para a sobrevivência da democracia e marcha desta nação para os mares de desenvolvimento! “Sobrevivência” é a palavra correcta porque, quando vemos que dirigentes que se entregam de forma abnegada ao seu trabalho, são abruptamente “trucidados” pelas suas máquinas partidárias, apenas porque não satisfizeram alguns interesses particulares das suas elites e parasitas associados, então alguma coisa está seriamente errada! Não é num país onde a “tirania” e a “ditadura” são ovacionadas e o trabalho e o bom-senso são exterminados em hasta pública sem dó nem compaixão, que quero viver e quero deixar para os meus filhos!

É verdade que era muito “impopular” apoiar uma causa invulgar, atendendo que vivemos num ambiente domado pelo comodismo e pela inépcia! Muito poucos ousaram manifestar o seu optimismo e acreditar nas suas convicções de que uma causa nobre, justa e verdadeira como esta poderia triunfar! Recorde algumas das coisas que por essas alturas dissemos aqui, aqui e aqui!

No entanto, houve “pundits” e “eruditos” que correram a defender que Daviz não teria hipóteses algumas de sobreviver sem a tradicional “chupeta” partidária! Citaram os fracassos de Masquil e Raul Domingos, não ao ler os “eventos sócio-políticos” que despoletavam, mas com uma margem ínfima de erro (minha), defendendo meramente as suas convicções partidárias e a direcção do marasmo em que querem ver esta nação trilhar! Não perceberam que Daviz encorpa “what’s Moçambique is all about”, a tolerância, inclusão, o diálogo, o trabalho, em suma, os anseios deste povo que faz tempo, não vê quem genuinamente assume o poder para melhorar as suas vidas, defender os seus interesses e conduzir este país ao progresso!
Houve até quem o considerou como “o mau da fita” e um “Messias político” que não podia esperar mais nada, senão ser crucificado a 19 de Novembro de 2008!

O debate é mesmo isso: o refinamento permanente das nossas ideias e convicções! Por isso, os cépticos e detractores da candidatura de Daviz Simango, depois da “digestao” dos fenómenos ocorridos nesta “Super-Quarta” têm uma oportunidade soberana de pôr a boca mais uma vez no trombone e nos dizerem “o que correu mal” para que as suas profecias não se realizassem! É dessa maneira que o “conhecimento” evolui nas sociedades e, o “Desenvolver Moçambique” está aqui para aprender!

Aos Políticos de Meia-Tigela, esta vitória de Daviz Simango lança um alerta importante e encoraja à reformulação das suas plataformas governativas! Político de Meia-Tigela é aquele que desde o primeiro dia do seu mandato, não está interessado em cumprir o seu manifesto eleitoral, mas pura e simplesmente, em delinear e implementar estratégias para vencer as próximas eleições!

O POVO NÃO É BURRO!

Governe pensando naqueles que o elegeram! Com os parcos recursos existentes (como gostamos de proferir) há muita coisa que pode ser feita, desde que haja zelo, empenho e vontade política! Daviz fez isso, o povo Beirense percebeu o contraste entre a sua governação e a de seus antecessores e retribuiu a dedicação deste seu carismático Autarca com uma votação massiva a seu favor!

Agora, é verdade que o caminho enveredado por Daviz não seja nada fácil! Ele exige trabalho árduo, visão governativa e conhecimento (know-how), o que parece que muita gente não está habituada ou mesmo, não tem capacidade intelectual para tal! Quer queiram, quer não, esse é que passou a ser o novo tipo de liderança, o caminho a seguir para a governação à todos os níveis, nesta nação do Índico! Não estamos a falar do “futuro”, porque essa porta acabou de se abrir, com a eleição de Daviz Simango!

As expectitivas agora são muito elevadas e não me admiraria que nalguns pares de anos, o verdadeiro “filho de peixe” (que nada como um tubarão) esteja ali na Pereira do Lago, comandando esta nação para o progresso e para o desenvolvimento!

MOÇAMBIQUE, OYÊÊEH!
OYÊÊÊÊEHHH!

Daviz Venceu!! Oyeeeh!

Contra as certezas dos “eruditos” da praça, Daviz venceu fora de qualquer plataforma partidária, essas que sistematicamente têem traduzido as suas posições cimeiras como um veículo de acumulação de riqueza ilícita e distribuição de favores aos seus vassalos, familias e demais parasitas atrelados!

Venceu a democracia! Venceu a dignificação e promoção dos governantes que realmente honram os propósitos da sua eleição, que é trabalhar arduamente pelo seu povo!

Parabéns ao povo da Beira que soube defender os seus interesses!
Parabéns a Daviz Simango, por ter aceite o chamamento da pátria e levado este desafio sem igual na nossa história pós-independência a bom porto e que, como referi anteriormente, marca “o início de uma nova era nesta Pérola do Índico”

É difícil fazer um “hat-trick”, mas a confirmação da nossa “Previsão Meteorológica para o mês de Novembro” sugere isso mesmo:

“Desenvolver Moçambique” 3 – Apóstolos da Graça 0

17 novembro 2008

Brincando aos Números em Tempo de Campanha no Município da Beira!!


Legislação Eleitoral de Moçambique

Capítulo VI: O Apuramento dos Resultados
“Se houver discrepância entre o número de boletins na urna e o número de votantes, vale o número de boletins na urna desde que não seja superior ao número de eleitores inscritos. Se o número de boletins na urna for superior ao número de eleitores inscritos, a votação será considerada nula e repetida no segundo domingo posterior à data da decisão de nulidade da votação.”
(So, we have a law that promotes “mistakes”! And who benefits from them?)

“As urnas, actas, editais, cadernos de recenseamento e toda a restante documentação deve ser entregue à Comissão de eleições distrital, ou de cidade, que por sua vez deve fazer chegar todo esse material à Comissão Provincial de Eleições no prazo de 48 horas. Os delegados de candidaturas têm o direito de acompanhar o transporte destes materiais e devem ser informados sobre as horas em que ele se efectua.”
(Candidates must not worry about t-shirts and “capulanas”! Their first priority get to be to have someone in each truck and each warehouse door lock looking after for those ballots!)

“O Presidente da CNE anuncia os resultados e manda divulgá-los através dos órgãos de informação no prazo de 15 dias a partir da data de encerramento da votação.”
(If you have the district ballots reaching out the CNE provincial headquarters lately after 2 days, why do you need 2 weeks to show the results? Is it to have enough room to “industry” the outcome of the election?)

ARTIGO 24
(Proibição de divulgação de sondagens)
“É proibida a divulgação dos resultados de sondagens ou de inquéritos relativos à opinião dos eleitores quanto aos concorrentes à eleição, desde o início da campanha eleitoral até à divulgação dos resultados eleitorais pela Comissão Nacional de Eleições.”
(Do we still have the guts to say that “we are in a democracy”? Are you kidding me? No polls, no surveys, really? Who’s afraid of them??)

Quem tem medo de tornar as nossas Instituições Eleitorais despartidarizadas?
Quem tem medo de torná-las democráticas e imparciais?

A nossa lei eleitoral com muitos dos seus artigos “cirúrgicos” (alguns indicados acima) é assustadoramente permissiva e com um potencial enorme para promover a fraude eleitoral! Se a nossa estrutura administrativa eleitoral continuar nos moldes em que está, praticamente sem envolvimento algum da sociedade civil, fica virtualmente impossível esperar processos eleitorais que sejam livres, transparentes e justos!

Se os candidatos e os partidos políticos fora do poder não prestarem uma atenção cuidada ao desenrolar destes processos, montando principalmente uma estrutura consistentente de fiscalização e monitoria dos resultados “on site”, então podem ter a certeza que isto tudo não passará de um autêntico “Kumbaya Eleitoral”!

Porém, este não é o propósito desta postagem! Apesar de muita gente detestar Matemática, é sobre números que gostaria de “brincar” um pouco! Senão vejamos:

Lotação do Estádio da Machava: 45,000 lugares

População da Beira: 436,240
(Discurso de Edson Macuácua em campanha na Casa de Cultura: 500,000 participantes - 115% da população)

População de Chicago:2,842,518
(Discurso de Vitoria de Obama a 04/11/08: 240,000 participantes - 8.5% da população)

População de Portland no Estado de Oregon:545,140
(Discurso de Obama a 18/05/08-foto: 75,000 participantes - 13.8% da população)

População de Berlim:3,394,000
(Discurso de Obama em SiegessSaeule a 23/07/08: 200,000 participantes - 5.9% da população)

Quando lidamos com números, é fundamental termos em mente o seu contexto relativo, para melhor percebermos a sua essência!

Apesar das culturas política e laboral nos E.U.A diferirem da Europa ou da África, olharmos para eventos similares ocorridos nesses locais, podem nos dar uma ideia global e quem sabe, observarmos tendências!

Se um político com estatuto de “rock-star” e surgido num momento sem igual na história da humanidade, não supera 15% da população das cidades onde realizou os comícios mais mediáticos da sua campanha, incluindo o da noite da sua vitória eleitoral, já alguém que para além de “papagaiar” não se conhece outra realização, e de uma estalada consegue reunir a sua frente 115% da cidade, provavelmente incluindo defuntos (então com a promessa de caixões gratuitos, quem é que não quer ser o primeiro? Com certeza houve uma debandada lá na morgue do HCB) e fetos ainda em gestação, então não haja dúvidas que estamos em presença de um evento super-extraordinário!

Não conheço a Casa de Cultura da Beira, mas terá ela um recinto com pelo menos a dimensão de 5 estádios da Machava (atendendo que a ocupação do campo pode lhe permitir albergar mais 50,000 pessoas)?

Se o facto de um político gabar-se de poder reunir 500,000 pessoas em período de campanha, constitui uma notícia galvanizadora para a sua candidatura ou de seu partido, não é menos verdade que esse político deva perceber também a dimensão e as implicações das suas reivindicações! A ser verdade, que imagem não só da Autarquia particular, mas do país em geral, é que o facto de toda a população (+alpha) da segunda maior cidade (incluindo os trabalhadores dos serviços de utilidade pública indispensáveis como hospitais, bombeiros, polícia, cadeias, etc), abandona os seus postos de actividade para ir a um comício mediano, realmente espelha sobre esta nação que nos pariu??

É esse o país de “lesmas” que esses políticos “astutos” querem herdar?

Quando Generosa Cossa, candidata que obteve apenas o seu voto nas eleições internas do seu partido para edil de Maputo, apareceu nos períodos antecendentes a esse evento fatídico, a tecer duras críticas à governação “medíocre” de Eneias Comiche, todo o mundo achou uma piada e ocasião para lançar uma gargalhada sem travões! Mas houve outros, poucos e muito prudentes, que aventaram a hipótese que aquela acção aparentemente inofensiva e visivelmente descabida, era no fundo uma operação elaborada “para preparar o terreno”! Yap, não podiam estar mais certos! Verdade, verdadeira, é que a “cama” do Comiche já estava mesmo feita!

Do mesmo “sector” e na véspera de uma eleição histórica, temos agora a “piada” dos 500,000 jovens que atenderam a um comício, num território “hostil” ao candidato e ao partido defendido pelo orador! Wow!

Estamos todos às gargalhadas, mas hey, esse número não caiu de pára-quedas! Há sempre uma razão para tudo, como gosto de defender! Não se trata de uma piada, mas sim de uma notícia que nos obriga a accionar imediatamente todos os alarmes! A partir do momento em que essa informação foi difundida, a Beira deve se considerar em estado de permanente e total emergência!

O primeiro parágrafo desta postagem é para isso, muito elucidativo:
“Se houver discrepância entre o número de boletins na urna e o número de votantes, vale o número de boletins na urna desde que não seja superior ao número de eleitores inscritos.”

É muito bem provável que 500,000 seja o número “escolhido” ou “aproximado” para esses votos “extra” que irão preencher sorrateiramente as urnas, porque a lei assim o permite e nada melhor que procurar legitimar esse apoio “fictício” com a devida antecedência e, para não variar, com números astronómicos e mágicos!

Muita gente credita a vitória de Daviz Simango em 2003, ao movimento das verdadeiras massas Beirenses que ficaram dia e noite em vigilância permanente, controlando o transporte das urnas e não abandonando os locais de depósito das mesmas! Se isso foi importante 5 anos atrás, a 19/Nov/2008, essa operação coordenada ganha estatuto de “imprescindível”! Observadores e delegados de candidatura em todas as mesas de voto, com os devidos meios de registo das actas; confirmação que as urnas não trazem votos antes do início da votação; vigilância da selagem e transporte das urnas; controlo permanente dos depósitos de armazenamento dos boletins de voto; são acções prioritárias a seguir!

Tudo está nas vossas mãos, caros Beirenses! Os factos até aqui provaram que o epicentro deste “terramoto eleitoral” não está noutro sítio senão aí nas margens do Chiveve! É a vós que o futuro da democracia e a promoção de governantes que honram os propósitos para os quais são eleitos, que esta “Pérola do Índico” hoje vos confia!

O país inteiro sabe que os Beirenses materializam a “essência da determinação” e que nada corrompe as vossas aspirações, os vossos interesses e os vossos objectivos, que também são os nossos! Digo, nada corrompe, porque vai haver muito dinheiro a rolar, para aliciar os Observadores e Delegados de Lista a incorrerem em acções fraudulentas, em prejuízo do seu próprio candidato e da vontade da maioria!
É por isso que este “teste de fogo” foi a vós confiado, porque temos certeza que vocês o aprovarão!!


Rumo à Vitória!
Daviz, Amigo, o Povo está Contigo!

This is Revolution and History in the Making!

08 novembro 2008

A Eleição de Obama e a Promoção do Discurso Racial Polarizante em Moçambique!

“We hold these truths to be self-evident that all men are created equal”
Thomas Jefferson (3rd President of U.S.A) in Declaration of Independence

Num exercício de liderança que caracteriza essa nação, os E.U.A voltaram a tomar a dianteira e deram uma “chapada enorme” ao mundo inteiro, mostrando que eles estão acima dos divisionismos que se impregnam e se têm cristalizado nas sociedades por longos períodos na história da humanidade! Tal como previmos aqui no “Desenvolver Moçambique”, Barack Obama, Lewis Hamilton (e esperamos Daviz Simango) iriam vencer porque, em nossa análise, e os factos assim o provaram, eram os melhores candidatos!

Essa é a lição de harmonia, tolerância e valorização do indivíduo, que esses eventos recentes nos transmitem, independentemente da sua raça, condição social, côr partidária, religião, tribo, etc, mas somente pelo conteúdo do seu caracter, suas habilidades e capacidade intelectual!

Ao contrário de capitalizarmos o discurso e debate na nossa esfera, nessa perspectiva de reconcialição, alguns sectores proeminentes da nossa sociedade encontraram nele uma oportunidade soberana para promover um discurso racial polarizante, se preocupando em apontar quem são os mais racistas, os principais “culpados” da descriminação racial aqui ou acolá, etc!

Quando este país se tornou independente, eu ainda era um petiz e naturalmente nada percebia. Mas subsequentemente, fui notando, contrariamente ao resto de África e quiçá do mundo em geral, a diversidade racial principalmente nas lides governamentais máximas do nosso Moçambique independente! Figuras como Jacinto Veloso, Jorge Rebelo, Magid Osman, Sérgio Vieira, Prakash Ratilal, etc, de longe se assemelham aos ditos “Africanos de Raíz” como o Umbhalane bem ironiza e como se esse conceito realmente existisse!
Samora os nomeou não porque eram desta ou daquela raça, mas porque na sua percepção, reuniam os atributos necessários para os desafios que esses postos requeriam. Que contributo estava a dar-nos e ao mundo inteiro que Moçambique era uma nação racialmente unificada, mas volvidas estas quase 4 décadas parece que muita gente ainda insiste em não perceber esses ensinamentos! É verdade que após a sua morte, e aqui alguns sectores aventam que essa era umas das reivindicações dos “feiticeiros da casa” (um dia com mais calma irei descascar este assunto), notou-se a ascenção de mais moçambicanos negros às pastas do Governo, mas não se pode, de modo algum, referir a uma segregação desmedida. Todos estamos bem lembrados do recentemente falecido ex-ministro da Indústria Eng. Carlos Morgado, o actual vice-ministro da Juventude e Desportos Carlos de Sousa ou do Vice-Ministro dos Recursos Minerais Abdul Razak, só pra citar alguns exemplos.

Agora, e apesar dos negros (e aqui falo de todas outras minorias) terem emigrado forçosa ou voluntariamente para outras partes do mundo, não me ocorre que algum deles esteja em altas pastas governamentais seja em Espanha, Portugal, Argentina, Brasil (sei que Gilberto Gil está na Cultura e
Edson Arantes do Nascimento a.k.a Pelé no Desporto, num país onde a maioria é negra e/ou mestiça), Dinamarca, China, Camarões, Japão, Rússia ou Austrália! (se estiver errado, que me corrijam)

Por isso, em minha modesta opinião, ninguém tem a autoridade moral para estar aqui a apontar o dedo a quem quer que seja sobre a descriminação racial. Os únicos, neste momento, que poderiam fazê-lo com alguma credibilidade são os próprios norte-americanos, que souberam transcender essas mesquinhices, observar e eleger o candidato que revelou as características de liderança e intelecto necessárias, sem se preocupar com a côr da sua pele.

A “nosotros”, o que nos resta é interiorizar, aprender essa lição e passarmos a promover a harmonia social e o julgar os outros não de acordo com as nossas diferenças sejam raciais, filiação politico-partidária, religião ou estatuto social, mas apenas se preocupando com o conteúdo do seu carácter!

É essa a “bofetada” que a eleição de Obama nos dá a todos do mundo inteiro e quando os nossos parentes ou educadores nos dão uma tareia é com o intuito de corrigirmos as coisas erradas que fizemos e nunca para voltar a repetí-las!

Vamos lá por isso, não só Moçambicanos mas cidadãos do mundo inteiro, promover um diálogo construtivo e saudável para o refinamento das nossas sociedades!

São esses miseros cêntimos que gostaria de partilhar convosco!
Um abraço e tenham um óptimo fim de semana!

05 novembro 2008

Obamaahh, Obamaahh, Obamaahh!

Se quiser previsões políticas, sociais, desportivas ou “whatsoever” confiáveis, o local indicado é o “Desenvolver Moçambique”, hehe!

É bem possível que a ciência recomendada para tal, como dizia um antigo professor meu de Língua Portuguesa, seja a Matemática e a Estatística!

Neste momento, e de acordo com a nossa previsão meteorológica para o mês de Novembro, o “score” é:

“Desenvolver Moçambique” 2 – Anti-progressistas & Racistas 0

02 novembro 2008

Ria ao Domingo III

Um homem meio pacato entra numa daquelas lojas que vende um pouco de tudo! Faz uma “ronda geral” e põe-se a experimentar tudo o que vê à sua frente: calçado, roupa, electrodomésticos, óculos de sol, etc!

No fim, e não tendo comprado absolutamente nada, se dirige ao dono da loja, agradece pela atenção e põe-se a caminhar em direcção à porta de saída!

A meio do percurso, pára abruptamente, olha para o proprietário “bem nos olhos” e visivelmente agastado diz:

- “Filho da pu**, Não!”

O coitado do homenzinho exclama:

- “Mas eu não disse nada!”

O cliente então retorque:

- “Você não disse, mas você pensou………!”

30 outubro 2008

Previsão Meteorológica para o mês de Novembro

Preparem-se para eventos pouco vulgares! Novembro de 2008 vai ser um mês “quente” e, com a maior das certezas, Moçambique e o planeta inteiro não se esquecerão dele!

1) 02 de Novembro: Lewis Hamilton vai arrebatar o campeonato de Fórmula 1 no Brasil.

2) 04 de Novembro: Barack Obama vai vencer as eleições norte-americanas.

3) 19 de Novembro: Daviz Simango vai vencer as eleições autárquicas na Beira.

29 outubro 2008

Como tratamos os nossos heróis!

“Venera a memória dos heróis beneméritos”
Pitágoras

Hoje em dia, ser “herói” virou uma coisa banal! Vemos inclusive, alguns a se atribuirem esse estatuto, imortalizando as suas pessoas com nomes de ruas ou avenidas! É só uma questão de querer! Mas existem aqueles que sacrificaram as suas vidas, para que Moçambique fosse hoje uma nação soberana e que tivesse as bases para se relançar ao desenvolvimento!

Vivi por longos periodos, na Avenida Tomás Nduda! Porque nunca tinha ouvido falar nesse nome, achei que se tratasse de um nacionalista pouco conhecido da África lusófona (lá mais para o norte) ou de outro sítio qualquer! Surpresa minha foi ver uma reportagem da TVM no início deste ano, destacando a vida e mostrando a família (esposa e filhos) deste que afinal, foi um grande herói da nossa luta de libertação nacional! Olhando para aquela avenida da capital que limita a parte Este do maior hospital do país, toda ela repleta de moradias de luxo e observando as condições deploráveis em que vive a família daquele a quem foi dedicada esta artéria, fere o coração e a auto-estima do mais insensível dos seres humanos.

Outrossim, lá para o início ou meados da década de noventa, a RM-Rádio Moçambique, num daqueles programas concorridos e radiodifundidos as altas horas nos fins de semana e cujo o nome agora não me vem à memória (“Cena Aberta”? ou outro), fora entrevistado um dos poucos (nove) sobreviventes do acidente de Mbuzini. Aquele programa particular foi bastante emocionante por se tratar (pelo menos para mim) do primeiro relato de alguém que viveu “in loco” os episódios daquela fatídica noite. O homem, de cujo o nome já não me lembro, sofreu queimaduras múltiplas e de elevado grau porque, conforme referiu, depois da queda do avião, ele se viu praticamente inerte ao lado do motor (em brasa), porque tinha as pernas fracturadas e estava incapaz de se locomover por si próprio, não podendo assim se afastar daquela fornalha. Acabou tendo as duas pernas amputadas e nessa altura da entrevista, ainda estava a fazer tratamentos diários às queimaduras que tinha sofrido. Uma das suas lamentações, imagine-se, se prendia com o facto de não ter uma viatura particular que facilitasse as suas idas ao hospital (se a memória não me falha, ele tinha um peso considerável). Estava cansado de solicitar esse meio ao Governo, a quem estava a servir, na altura em que ficou definitivamente votado àquela condição.

Normalmente, quando falamos de Mbuzini, o nome que nos vem à tona, é o do nosso saudoso primeiro presidente Samora Machel. Esquecemo-nos, no entanto, que mais de 30 elementos da sua comitiva governamental também pereceram e hoje ninguém sequer se lembra dos seus nomes e sabe o que é feito das suas famílias! Não é exagerado lembrar que a própria família Machel, ficou por largos períodos “esquecida”, votada ao ostracismo e banida da circulação! Nos sucessivos aniversários dessa tragédia, e este último não foi excepção, têm sido várias as lamentações das famílias dos malogrados e verdadeiros heróis, pelo estado completo de abandono a que o Estado os votou. Não dizemos que se deveria atribuir um milhão de USD a cada uma delas, mas assegurar que os seus filhos tenham uma renda aceitável que os permita viver decentemente, acesso a educação (incluindo a "superior" para que tenham uma profissão e não fiquem eternamente dependentes dessas magras pensões) e condições mínimas de habitação, não seria pedir muito!

Poderiamos continuar a citar mais exemplos de destratamento a que se encontram votados os verdadeiros heróis desta pátria e suas familias, mas a questão que coloco é a seguinte:

“Se estes senhores não ligam sequer às familias daqueles camaradas que conheceram, com quem trabalharam e inclusive sacrificaram as suas vidas pelo progresso desta pátria, que garantias podemos ter que irão velar pelo cidadão anónimo lá em Nametil, Kambulatsitsi ou Massangena”?

Às famílias daqueles que perderam a vida em serviço patriótico e que merecem melhor tratamento em respeito à honra e memória dos seus entes queridos, o "Desenvolver Moçambique" manifesta a sua solidariedade e apela à quem de direito a analisar esta situação penosa e a tomar medidas atinentes à mudança deste cenário de coisas!

26 outubro 2008

Ria ao Domingo

Da amiga Koluki, recebi a “Anedota do camponês internado num hospital” que traduz bem a cegueira com que seguimos as ordens emanadas pelas nossas lideranças ou chefias.

Eis, como se segue:

Na ronda que fez à enfermaria, o médico, apressadamente, diagnosticou o falecimento do homem (que estaria talvez desmaiado e com o pulso muito fraco…). Quando, um pouco mais tarde, a enfermeira ia transportar o senhor para a morgue este, já reanimado, protestou dizendo que estava vivo. A enfermeira retorquiu indignada: Você estudou medicina? Quem é você para questionar o que o doutor disse?

25 outubro 2008

Ainda na Ressaca dos Incêndios em Edifícios Públicos em Moçambique – A Cultura de (Des)Responsabilização e o Conflito Perverso de Interesses!

O acesso a informação continua a ser um dos grandes empecilhos para a consolidação do nosso Estado de Direito e maturação da nossa ainda incipiente democracia! Desde as famosas “declarações de bens” dos nossos governantes aos resultados das investigações de várias comissões de inquérito (a da morte de Samora já leva 2 décadas) ou outras constituídas para esse efeito, tudo parece se enquadrar nos sagrados “segredos do Estado”! Não admira que questionar a conformidade da nacionalidade de um dirigente com a legislação do país seja rotulado de “atentado à segurança do Estado”!

Nessa lógica, ninguém acaba sabendo do que está por detrás dos eventos insólitos que ocorrem por esta “Pérola” a dentro e a sociedade passa a não ter meios para exigir a responsabilização dos seus permanentes detratores!

Na onda de incêndios que têm assolado a rítmo bastante assustador vários edifícios ministeriais cruciais a esta nação, e no que concerne às causas, um elemento sonante e comum tem sido o desgraçado do “curto-circuito”! Pronto, “curto-circuito” e a conversa termina por aí! Mesmo que isso seja verdade e que não se trate, como se tem propalado, de “operações queima de arquivo”, esse “finding” deveria, em todas as circunstâncias, ser considerado como o “início do processo” e nunca o seu fim!

Um “curto-circuito” não ocorre por acaso! Há sempre uma causa! Pode ser por excessiva sobrecarga do sistema (o que é muito provável, dada a quantidade desordenada de equipamentos que preenchem os edifícios públicos sem respeitar as especificações do produto ou condições específicas de utilização), pode ser por sub-dimensionamento da instalação para atender aos propósitos a que foi concebida, pode ser erro de construção, etc! Cada um dos respectivos intervenientes (seja o responsável pela inventariação do equipamento existente; a empresa contratada ou “criada” para a manutenção das instalações; o projectista; o empreiteiro, etc) deve ser chamado a responder e fundamentalmente, o resultado dessa investigação deve ser tornado público, não só para conhecimento da sociedade mas para precaver futuras ocorrências!

Porém, e conforme alertou o CIP-Centro de Integridade Pública no seu recente relatório publicado a semana passada, é vital, para que o “sistema” funcione devidamente, que haja uma regulamentação adequada, com distinção clara da coisa pública e privada e, fundamentalmente, que a actuação das nossas lides governativas se isente completamente do chamado “conflito de interesses”! Senão, vejamos, neste caso concreto do edifício das Finanças:

Gostaria de ser contrariado, mas conforme informação de gente bem conectada, o edifício onde funciona a Direcção de Contabilidade Pública e de Orçamento, era “propriedade” da “cidadã” Dona Lulu, que o vendou ao Estado moçambicano a alguns pares de milhões de USD. A iniciativa e os termos da aquisição, foram decididos pela PM Dona Lulu e “negociados” com a cidadã Dona Lulu. Outro elemento interessante, nesta perversa promiscuidade de conflito de interesses é o facto do empreiteiro desta obra ter sido a Teixeira Duarte, o mesmo que construiu por altura do ano de 2000, uma moradia de luxo avaliada numas boas centenas de milhares de USD para a irmã da mesma Dona Lulu, ali para quem descai para a zona da Costa do Sol. Não menos importante ainda é a polémica da venda dos terrenos onde se encontra hoje erguido o “Polana Shopping”, pela D. Lulu a este mesmo empreiteiro, operação em que se refere que o Estado moçambicano tenha sido severamente lesado (recorde que existia lá um edifício inacabado do Estado) e cujas irregularidades constaram de denúncias feitas ao Gabinete da Magistrada com o nome de moeda da Índia, nos períodos subsequentes a sua criação e posteriormente publicados em relatórios do CIP.

Se olharmos para o amálgama de “conflitos de interesse” aqui existente, a possibilidade de chamar alguém à responsabilidade, torna-se virtualmente impossível! Pelo menos acreditamos que, quando o Estado faz qualquer que seja a aquisição, este assegura algumas “garantias” para que não incorra numa situação de compra de gato por lebre! Neste caso particular, como será exigida a responsabilidade ao “vendedor”, se ele é ao mesmo tempo, o “comprador”? Se se constatar que a causa do incêndio reside num erro de construção, como responsabilizar o empreiteiro, se ele é “um reputado amigo da família”? Se for um erro de dimensionamento, como exigir responsabilidade ao projectista, se quem deveria velar pelos interesses do Estado é que o contratou em primeira instância??

É realmente um cenário perverso e complicado!

O alerta do CIP não poderia ocorrer em melhor altura! Urge evidentemente, que esta questão do “conflito de interesses” comece a ser devidamente regulada, porque o Estado Moçambicano (que somos todos nós) continua a ser perversa e sistematicamente lesado pelos mesmos actores!

E, não esperamos mais nada, senão a publicação dos resultados de todas as investigações que foram ou têm sido levadas a cabo para esclarecer os incêndios e outras mazelas que têm deflagrado em várias das nossas instituições públicas!

Aos “media” em geral, o nosso apelo é para que não fiquem apenas a espera de “comunicados de imprensa” ou de “zangas entre comadres” para que tenham algo para publicar!

24 outubro 2008

Temos que Mudar Urgentemente a nossa “Cultura” de Prevenção e Combate a Incêndios na Prática corrente em Engenharia Civil!


Não vou, nesta postagem, especular sobre as razões que estejam por detrás dos incêndios que têm assolado vários edificios ministeriais e, curiosamente, a sectores ligados às “finanças”! Isso, tem sido tarefa de meio mundo, nestes últimos dias!

Estando há mais de uma década envolvido na elaboração de projectos ou construção de infraestruturas públicas e privadas (escolas, hospitais, edifícios públicos ou habitacionais, etc), devo afirmar categoricamente que não existe na nossa prática corrente de Engenharia Civil, a cultura de prevenção e combate a incêndios! Quando muito, o que se faz é “ornamentar” este e aquele local com uns extintores, muitas das vezes que ficam ali anos e anos “abandonados” sem serem substituidos ou beneficiarem de manutenção alguma. Num e noutro caso, costumam ver-se alguns “hidrantes” isolados, num puro exercício “cosmetico”, sem considerar uma estratégia coerente de intervenção num hipotético cenário de emergência. Quando nas poucas excepções, os projectistas consideram componentes de combate a incêndios e, como é habitual “não haver dinheiro”, esses inequivocamente são os primeiros elementos do projecto a serem sacrificados pelos donos-de-obra, na maior parte dos casos, o próprio Estado!

A foto retirada do “Noticias” de ontem é bastante ilustrativa do que se está a passar no sector de construção civil aqui em Moçambique. Apesar da sua recente construção, o edifício da Direcção Nacional de Contabilidade Pública e Orçamento mostra que não foi projectado considerando as normas mínimas de segurança aceitáveis para a evacuação em caso de incêndios ou qualquer outra emergência! Como é que se explica que, pelo facto de haver um incêndio no elevador, prontos, já não haja mais vias de escape, que não seja pela janela e com a ajuda de um guindaste? E se o edifício tivesse 20 ou 50 andares?

Uma norma básica e fundamental na arte de “boa construção” recomenda que as vias de acesso ou escape de um edifício, não sejam contíguas! Ou seja, a caixa de escadas normais, não pode estar no “mesmo local” que a caixa de elevadores, de modo que, na impossibilidade de utilização de uma delas, a outra esteja acessível! O mesmo critério é válido no caso da localização das “escadas de emergência” em relação as “escadas normais”, sendo estas muitas das vezes construidas na parte traseira dos edifícios e feitas de material metálico dado que à altas temperaturas o betão fragmenta mais facilmente.

Nunca entrei no edificio em apreço, mas o cenário vivido e a imagem ilustrativa (que me poupa mais do que mil palavras) falam por si em relação a existência ou não destas componentes de prevenção atrás referidas.

Importa notar também que, alguns edificios antigos têm os sistemas de combate a incêndios, mas na maior parte dos casos já obsoletos. Muitas “bocas de incêndio” não têm válvulas e devido ao diâmetro elevado das condutas, estas acabam se transformando em depósito de lixo ou local predilecto para as “beatas” de cigarros! No cúmulo da situação, nem sequer os próprios sistemas de abastecimento de água a esses edifícios funcionam!

Mas a questão que estou aqui a falar não se restringe apenas à incorporação de sistemas de prevenção e combate a incêndios nos nossos edifícios, como escadas de emergência, hidrantes, extintores, etc! Existe a componente de “educação” para situações de emergência que tem sido também sistematicamente negligenciada! Há muita gente que perde a vida, porque não sabe se orientar nessas situações e, em vez de agir para salvar a sua vida e a dos demais, entra em pânico, exacerbando o perigo e a insegurança de todos!

Quantos dos leitores sabem por exemplo accionar um “extintor”? Quem tem no seu local de trabalho, escola ou edifício habitacional, um mapa em cada piso indicando as saídas de emergência, os pontos onde se localizam os extintores, etc? Quem já teve uma sessão de explicação do que se deve fazer numa situação de emergência?
Portanto, esses elementos devem passar a fazer parte da maneira como abordamos o nosso quotidiano! Ninguém sabe quando é que uma tragédia acontece e precisamos de estar permanentemente precavidos!

A questão final seria então: “Como Mudamos Urgentemente a nossa “Cultura” de Prevenção e Combate a Incêndios na nossa Prática corrente de Engenharia Civil?

Bom, não serei eu, o Arquitecto do atelier da esquina, o empresário (de sucesso) que quer construir um edifício habitacional, ou o Ministro que quer construir a nova sede do seu Ministério, a tomar essa iniciativa! As hipóteses que isso venha a acontecer de livre e expontânea vontade da parte destes “intervenientes” são, de todo, muito remotas, porque, como referi no início, estas componentes de projecto são onerosas! Ninguém tem dinheiro e pior ainda, ninguém acha (pelo menos até agora) que esses sistemas sejam importantes!

Em qualquer parte do mundo, e Moçambique não pode ser excepção, deve ser a “Lei” a impôr que assim seja! Portanto, o MOPH-Ministério das Obras Públicas e Habitação e os Municípios, que são as instituições que licenciam obras, devem regular estes aspectos em coordenação com a ORDEMO-Ordem de Engenheiros (senhores, chega de andarmos na boleia dos Regulamentos Tugas), impôr e assegurar que projecto algum que não se conforme com as normas de prevenção e protecção contra incêndios seja aprovado para construção!

É assim como as coisas funcionam (period)!

22 outubro 2008

Mambas em Grupo Tórrido!


Foi hoje efectuado o sorteio para a fase derradeira de apuramento para o Mundial e CAN 2010, que decorrerá entre 28 de Março e 14 de Novembro de 2009, estando Moçambique no Grupo II.

A questão de momento é: Como é que uma “mamba” pode comer uma “águia”?

A pergunta vem a propósito da super abundância de “águias” sobrevoando o território dos nossos “Mambas”. Trata-se das “Super águias” (Nigéria), “Águias de Cartago” (Tunísia) e “Águias Bantu” (Quénia). Este último é um cognome por mim inventado, porque não encontro em lado algum, o “nickname” da selecção nacional do país creditado como o da origem do povo Bantu. Com a fartura de “águias” no nosso grupo, porquê não “aguiá-los” também? (sabia que o nome “Aguiar” provém de Águia?)

Agora, falando mesmo sério! Estamos num grupo tórrido para o caraças!

Mas, olhando para o percurso da nossa equipa, nota-se que esta está em notável crescendo! Depois de um início desastroso, estamos aqui entre as 20 melhores equipas do continente. Isso acaba transmitindo não só aos jogadores e a equipa técnica, mas a todos nós filhos desta terra, o sentimento de poder superar obstáculos e alcançar aquilo que logo à partida não se vislumbre atingível!

Os Mambas podem muito bem ser a sensação do Grupo 2 e quebrar as expetactivas mesmo dos mais cépticos que este planeta conhece!

Remember: David matou Golias!

Força Mambas! O povo está convosco e vamos todos tornar a Machava, numa grelha com lenha bem acesa para o “churrasco” com estas “águias”!


A Cronologia do Desespero!

Na sequência do desespero que está a assolar algumas facções políticas no Chiveve em relação à candidatura independente do “Melhor Autarca da Nação”, o Reflectindo compilou a cronologia dos eventos acusatórios e acções de baixeza política que bem caracterizam quem não tem cabedal suficiente para jogar “taco a taco” em ambiente que se assente em princípios éticos, morais e de justeza política!

Eis, conforme se segue:

1. Daviz Simango não pode ser candidato da Renamo porque não é histórico;
2. Daviz Simango não pode ser candidato da Renamo porque não distribui os bens do Município aos renamistas históricos (talhões por exemplo);
3. Daviz Simango não pode ser candidato da Renamo porque é membro do PCN e está a pretender reactivar esse partido;
4. Daviz Simango não pode ser candidato da Renamo porque dá emprego aos familiares;
5.Daviz Simango é candidato rebelde;
6. Daviz Simango expulsou-se e a “Renamo” em conformidade com o Artigo 10 dos estatutos do Partido, apenas seguiu a sua vontade;
7. Aliás é o Artigo 6 dos mesmos estatutos que evoca a expulsão de Daviz Simango.
8. Daviz Simango aliciou os munícipes, usando ilegalmente os fundos da Autarquia, para que apoiassem a sua candidatura;
9. Daviz Simango é interdito a usar os símbolos da Renamo; caso o faça, serão usadas as medidas legais (?);
10. Daviz Simango está a impedir a realização da sessão da Assembleia Municipal;
11. Daviz Simango deve ser processado por desvio de fundos, (quais fundos?). Claramente para ser impedido a avançar com a sua candidatura em nome do povo beirense.
12. Daviz Simango é impugnado pelos Mbararamos e um alegado GRM (desmentido pelo seu fundador, o economista Francisco Masquil);

Para não variar, as “Autoridades Competentes” também entram em cena:
13. A CNE-Comissão Nacional de Eleições, na pessoa do seu presidente, Dr. Leopoldo Costa afirma que esta não tem matéria para inviabilizar a candidatura de Daviz Mbepo Simango, justificando que "Daviz cumpriu com todos os requisitos exigidos pela CNE".

14. O MAE-Ministério de Administração Estatal notifica Daviz Simango de que tem 30 dias para se defender de um pedido de impugnação da sua candidatura apresentado pela Renamo.

15. António Obadias Simango, um dos vereadores do Conselho Municipal da Beira e por sinal, um familiar do actual edil, foi ontem detido por ordem da procuradora provincial da República em Sofala, por alegadamente ter tido durante uns dias na sua conta pessoal um valor equivalente a pouco mais de vinte mil meticais (cerca de 800 USD) proveniente de cobranças aos devedores de um empréstimo na ordem dos cento e cinquenta mil meticais (6.250 USD) contraído por armazenistas junto do Conselho Municipal da Beira e que suscitou já a exoneração de Arnaldo Tivane, director de Feiras e Mercados.

A PGR está mesmo a mostrar serviço, e todos os “ladrões de galinhas” deste país que se ponham a pau!
Um exercício claro de desgaste da imagem do actual edil da Beira, quando temos ainda fresca na memória, os dois (2) telefones Motorola adquiridos e nunca utilizados pelo anterior autarca Chivavice Muchangage, ao valor “irrisório” de dois biliões de meticais da antiga familia (cerca de 80.000 USD)!

Como corolário desta situação e qual “cereja no topo do bolo”, um estudo de percepção de tendência de voto efectuado pelo Canal de Moçambique/ Semanário ZAMBEZE na Beira e publicado ontem, mostra que se as eleições para a Assembleia Municipal e para Presidente deste município se tivessem realizado no dia 19 de Outubro, isto é, no último domingo, o actual Edil, engenheiro Daviz Mbepo Simango, sucederia a ele próprio com uma percentagem de votos entre 73,19% e 77,57% e os seus oponentes directos Lourenço Ferreira Bulha e Manuel Pereira teriam respectivamente 11,35% e 6,45%.

Mais palavras para quê?

16. Adenda 23/10/08, 6 AM: MAE julga improcedente o pedido da Renamo. Portanto, "ASSUNTO ENCERRADO".
Daviz Simango é, definitivamente, candidato à presidente do Conselho Municipal da cidade da Beira, nas eleições autárquicas de 19 de Novembro.
Conforme o Notícias, o Ministro de Administração Estatal, Lucas Chomera, julgou improcedente o pedido que lhe foi formulado pela Renamo para julgar nula e de nenhum efeito a candidatura de Simango, alegadamente por violar a Lei 7/97, relativa à Tutela Administrativa do Estado sobre as Autarquias, requerendo, por conseguinte, a perda da corrida à sua própria sucessão.

Lucas Chomera disse ontem em conferência de Imprensa que este assunto fica defintivamente encerrado, conquanto entendemos que a coligação Renamo-União Eleitoral foi apenas constituída para as eleições autárquicas de 2003 e gerais de 2004 e, por isso, é legítimo que os militantes da coligação às autárquicas de 2008 e 2009 possam ser propostos por entidades jurídicas distintas da coligação Renamo-União Eleitoral.

20 outubro 2008

Leave Daviz Simango Alone! (Deixem o Daviz Simango em Paz)

"É necessário que os princípios de uma política sejam justos e verdadeiros"
Demóstenes

Depois do massivo apoio popular a Daviz Simango que culminou com a sua candidatura independente e subsequente aprovação do processo pelas autoridades competentes, os políticos incompetentes deste país perceberam que este carismático líder é um desafio superior às suas medíocres capacidades!

Como diz Charles Tocqueville, “Em política, a comunhão de ódios é quase sempre a base das amizades” e a cidade da Beira está a viver uma versão moderna de algumas passagens do “Antigo Testamento”, como aquela em que o “leão viveria com o bezerro”, tal é o obstáculo que estas duas espécies estão a enfrentar para a sobrevivência das suas aspirações políticas! Isso mesmo: “sobrevivência de aspirações”!

Daviz é tão grande para eles que tiveram que esquecer as suas rivalidades históricas e se associar para ver se o derrotam! Porém o cenário está tão complicado que a única forma que estes senhores encontraram foi fazer “jogo sujo”!

Nem a “Renamo Mbararama” com o seu candidato Manuel Peneira ou o “Batuque e Maçaroca” com o seu Lourenço Pulha, nesta fase de pré-campanha, tiveram a coragem suficiente de se apresentar ao eleitorado, tal é o cenário de desaprovação que os espera! Os Beirenses claramente já lhes lançaram esse sinal e estes comparsas já perceberam!

O que sobrou então, é procurar ganhar a Beira com “jogadas de secretaria”!

Senhores! Campeões fazem-se no campo! De nada vai adiantar inventar cartas de proveniência duvidosa para a CNE/STAE, tentando impugnar a candidatura de Daviz! Se os senhores acham que têm mesmo capacidade e competência para administrar a Beira, apresentem o vosso “caso” ao eleitorado e provem que serão melhor alternativa ao “Melhor Autarca do País”!

Mais grave do que o acima exposto é o facto da PGR estar a envolver-se ou deixar-se envolver com o intuito de “fabricar” alguma acusação a este edil para impedir a sua candidatura. Sabemos que o Ministério Público anda a reboque do Executivo, coisa provada com a fantochada do julgamento “contra a segurança do Estado”! Já que este é um orgão sem iniciativa própria e numa altura em que os “PCA’s da Corrupção” estão a fazer “piquiniques” com o erário público, prefere mover-se para onde puxam a coleira, sem pensar nas consequências e implicações das suas descabidas decisões, alertamos para que não brinquem com “fogo”!

A esta altura do campeonato (em que faltam apenas três jornadas), com os ânimos levantados que estão e olhando para o apoio massivo de que goza Daviz Simango, uma “decisão de secretaria” para amputar a candidatura deste carismático Autarca, vai pôr a Beira em autêntica polvorosa! Se quiserem ter ideia do que irão provocar, é só imaginarmos uma função potencial com expoente “5 de Fevereiro”! A única diferença com o triste evento que vivemos recentemente é que essa desordem social ocorrerá em Outubro ou Novembro, conforme o “timing” que quiserem dar e se quiserem mesmo enveredar por essa decisão desastrosa!

A CNE/STAE já aprovou a candidatura deste Autarca e a partir desse momento, a bola foi lançada para o campo! Esse é que passou a ser o “centro da batalha” decisória! Se os senhores se sentem à altura e capazes, é aí que devem mostrar as vossas habilidades!

Uma coisa que gostaria de perguntar à “Renamo Mbararama” é: “Se os senhores são assim tão íntegros como pretendem apregoar, como é que tiveram a coragem de conviver com um 'corrupto' por 5 anos consecutivos, sem lançar um pio sequer”?

A bancada do “Batuque e Maçaroca” que “desde o início do mandato faz acusações de desvios de fundos no Município”, porque iriam esperar ver o tapete do poder lhes ser retirado, para apresentar as tais provas??

Para nós pacatos cidadãos, uma coisa está clara: Se estes senhores continuarem a fazer o seu “jogo sujo”, nos comprovarão que não têm capacidade alguma ou projecto alternativo de governação. Porque o assunto aqui não é Daviz Simango, entanto que indivíduo! O que está aqui em jogo é a Beira e os seus munícipes! É a eles que os senhores se devem dirigir e mostrar o que propõem para a melhoria das suas vidas! É a batalha de ideias e planos que este eleitorado exige e espera e não de ataques baixos e descabidos a pessoas!

O país inteiro está atento e não esperamos outro cenário senão a decisão da governação da Beira saída de um pleito eleitoral, livre e pacífico! Se nalgum momento a integridade física de Daviz estiver ameaçada, sabemos desde já quem serão os seus responsáveis directos! O país inteiro está atento!

Como diz Vergílio Ferreira: “Em política, a «honestidade» não conta nem como estratégia nem como índice para avaliação dos outros. Ser «honesto» em política actuante é ser parvo”. Por isso, a Daviz Simango, o “Desenvolver Moçambique” aconselha a estar atento e ter a sua equipa em alerta permanente, porque os adversários já mostraram que não estão para “jogar limpo”!


Para a política o homem é um meio; para a moral é um fim. A revolução do futuro será o triunfo da moral sobre a política.
Ernest Renan